Diferenças entre edições de "Testes para o SARS-CoV-2"

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Edição atual desde as 09h38min de 9 de dezembro de 2021

Autor: Cristina Ramos Silva, Daniela Ferreira da Costa, Carla Morna

Última atualização: 2021/12/08

Palavras-chave: Pandemia, SARS-CoV-2, testes COVID-19, teste serológico COVID-19, teste ácidos nucleicos COVID-19



Resumo


A COVID-19 é uma doença causada pelo vírus SARS-COV-2. Foi declarada como pandemia em março de 2020.
O diagnóstico precoce de novos casos é uma das medidas recomendadas para prevenir a propagação desta doença.
Em Portugal, estão disponíveis dois tipos de testes para o diagnóstico de SARS-COV-2 (Testes Moleculares de Amplificação de Ácidos Nucleicos e Testes Rápidos de Antigénio) e um tipo de teste que avalia a resposta imunológica à infeção (Testes Serológicos).




Testes para o SARS-COV-2


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A COVID-19, doença causada pelo vírus SARS-COV-2, foi declarada como pandemia pela Organização Mundial de Saúde em março de 2020. Sendo uma doença infeciosa e de fácil transmissão entre pessoas, é recomendado o isolamento dos casos positivos, independentemente dos sintomas que apresentem. Os testes para SARS-Cov-2 procuram identificar estes casos.

Quais os testes disponíveis atualmente em Portugal?


Em Portugal, existem três tipos de testes laboratoriais disponíveis para o vírus SARS-COV-2:

  • Testes Moleculares de Amplificação de Ácidos Nucleicos (TANN);
  • Testes Rápidos de Antigénio (uso profissional e autotestes);
  • Testes Serológicos.


Os Testes Moleculares de Amplificação de Ácidos Nucleicos e os Testes Rápidos de Antigénio são utilizados para o diagnóstico da infeção por SARS-COV-2. Os Testes Serológicos avaliam a resposta imunológica à infeção ou à vacina.
Com exceção de determinadas situações, que deverão ser avaliadas pelo médico, os testes laboratoriais para a identificação de SARS-CoV-2 (TAAN e TRAg) não devem ser realizados em pessoas com história de infeção por SARS-CoV-2, confirmada laboratorialmente, nos últimos 180 dias a contar desde o fim do isolamento.

Testes moleculares de amplificação de ácidos nucleicos


Os Testes moleculares de amplificação de ácidos nucleicos (TANN) , também conhecidos como testes RT-PCR devido à tecnologia utilizada, detetam o material genético do vírus, o RNA. São considerados os testes de referência para o diagnóstico e rastreio da infeção por SARS-COV-2.
As amostras normalmente utilizadas são colhidas, através de zaragatoa, na região do nariz e/ou da garganta, e o resultado demora cerca de 24 horas a estar disponível. Existem testes rápidos de amplificação de ácidos nucleicos, com obtenção do resultado num período de tempo mais curto, reservados para situações de urgência.
Os TANN são altamente específicos e se realizados nas condições ideais, têm uma alta sensibilidade (são capazes de detetar com precisão baixos níveis de RNA viral), dependendo do tipo e qualidade da amostra, do tempo decorrido desde o início da infeção e da qualidade do teste utilizado.

Um teste TANN positivo para o SARS-COV-2 normalmente confirma o diagnóstico de infeção, não sendo necessário nenhum outro teste adicional. Os testes falso-positivos estão descritos, mas são raros (testes positivos em pessoas não infetadas com SARS-COV2).

Um teste TANN negativo normalmente é suficiente para excluir a infeção por SARS-COV-2, porém, nem sempre indica que a pessoa não está infetada. Isto pode acontecer, por exemplo, no início da infeção, aquando da incubação do vírus.
Se o teste TANN for negativo e existir uma elevada suspeita de COVID-19, sugere-se a repetição do teste.

Testes rápidos de antigénio


Os testes rápidos de antigénio (TRAg) detetam proteínas específicas do vírus SARS-COV-2 no trato respiratório.

Testes rápidos de antigénio de uso profissional


Para a realização dos TRAg de uso profissional, normalmente são utilizadas amostras colhidas, através de zaragatoa, na região do nariz e/ou da garganta. Estes testes permitem a obtenção de resultados num período de tempo curto (15-30 minutos).
Os TRAg de uso profissional têm uma sensibilidade menor que os testes RT-PCR, ou seja, encontramos mais testes negativos em pessoas que estão efetivamente infetadas. Em Portugal são aceites TRAg de uso profissional que apresentem valores de sensibilidade igual ou superior a 90%, o que significa que em 100 pessoas com infeção por SARS-COV2, 90 irão ter teste positivo, e de especificidade igual ou superior a 97%, o que significa que em 100 pessoas não infetadas, 97 irão ter o teste negativo.
Os TRAg de uso profissional devem ser efetuados nos primeiros cinco dias de sintomas, de modo a diminuir a probabilidade de obtenção de resultados falsos negativos (testes negativos em pessoas infetadas com SARS-COV2). Nas situações de elevada suspeita clínica de COVID-19, que obtiveram um teste rápido de antigénio negativo, deve ser realizado um teste RT-PCR.

Testes rápidos de antigénio em modalidade de autoteste (Autotestes)


Os autotestes são testes rápidos de antigénio, de baixa complexidade técnica de execução, que podem ser utilizados por pessoas que não tenham grande prática. A colheita é feita pelo próprio através de zaragatoa, utilizando amostras nasais, de acordo com as instruções do produto. Estes testes têm uma sensibilidade igual ou superior a 80% (em 100 pessoas com infeção por SARS-COV2, 80 irão ter teste positivo) e uma especificidade igual ou superior a 97% (em 100 pessoas não infetadas por SARS-COV2, 97 irão ter o teste negativo).
Estes testes não devem ser utilizados como testes de diagnóstico em pessoas com suspeita de infeção por SARS-CoV-2 (pessoas sintomáticas) ou pessoas com contactos com casos confirmados COVID-19, onde se recomenda uma avaliação personalizada e orientação específica.

Testes serológicos


Os testes serológicos avaliam se a pessoa tem anticorpos no sangue para o vírus SARS-COV-2. Os anticorpos são proteínas criadas pelo sistema imunitário para ajudar a combater as infeções e surgem após uma infeção ou após a toma de uma vacina contra uma infeção.
Normalmente é utilizada uma amostra de sangue, e dependendo da complexidade do teste, os resultados podem ser obtidos em 10-30 minutos ou até algumas horas. Os anticorpos normalmente são detetados uma a três semanas após a infeção ou a realização da vacina, e por isso, os anticorpos não são utilizados para o diagnóstico de COVID-19.

Qual o significado de um teste serológico positivo?


Um teste serológico positivo significa que, a pessoa pode ter anticorpos contra o SARS-COV 2, que surgiram após uma infeção por este vírus ou pela vacinação contra a COVID-19.
Pessoas que desconheçam ter sido infetadas e não estão vacinadas para a COVID-19, o teste pode ser positivo caso tenha ocorrido uma infeção assintomática.
Ocasionalmente o teste também pode ser positivo para os anticorpos SARS-CoV-2, quando a pessoa não tem esses anticorpos específicos, tratando-se de um teste falso positivo.

Qual o significado de um teste serológico negativo?


Um teste serológico negativo significa que, provavelmente, a pessoa não esteve infetada com o vírus SARS-COV-2 ou não recebeu a vacina contra a COVID-19.
Um teste serológico negativo também pode ocorrer em pessoas com história de infeção por SARS-COV-2 ou vacinação contra a COVID-19:

  • Após a infeção ou vacinação, o organismo normalmente demora 1 a 3 semanas a desenvolver anticorpos, podendo em certos casos demorar ainda mais tempo (período de janela). Durante este período, o teste serológico pode ser negativo.
  • Pessoas que estiveram infetadas ou foram vacinadas podem nunca chegar a desenvolver anticorpos.
  • Os anticorpos podem desaparecer algum tempo após a infeção/ vacinação (duração dos anticorpos ainda não se encontra bem estabelecida);
  • Alguns testes serológicos apenas detetam anticorpos contra a infeção e não os originados pela vacina da COVID-19;
  • Pessoas com anticorpos específicos para o vírus, podem ter um teste serológico negativo (teste falso negativo).


Testes disponíveis
Componentes biológicos detetados
Utilidade
Colheita
Tempo de obtenção dos resultados
Testes Moleculares de Amplificação de Ácidos Nucleicos RNA do vírus SARS-COV-2 Diagnóstico (Teste de referência) Através de zaragatoa, normalmente na região do nariz e/ou da garganta No prazo de 24 horas (RT-PCR convencional)
Testes Rápidos de Antigénio – uso profissional Proteínas do vírus SARS-COV-2 Diagnóstico Através de zaragatoa, normalmente na região do nariz e/ou da garganta 15-30 minutos
Testes Rápidos de Antigénio – Autotestes Proteínas do vírus SARS-COV-2 Diagnóstico (Não utilizar se suspeita de infeção por SARS-CoV-2 ou em pessoas com contactos com casos confirmados de COVID-19) Através de zaragatoa, na área nasal interna 10 –30 minutos
Testes Serológicos Anticorpos (anti-SARS-COV-2) Avaliar a resposta imunológica Sangue 10-30 min (testes rápidos) / horas



Conclusão


O diagnóstico precoce da infeção por SARS-COV-2 contribui para limitar a propagação da COVID-19. Contudo, o aspeto central no controlo da pandemia passa pela prevenção da doença, sendo imprescindíveis a vacinação e a manutenção das medidas de segurança.

Referências recomendadas



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