Stress no ensino pré-universitário

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Autor: Ana Costa, Bárbara Esteves, Beatriz Leão, Filipe Mendes, Jaime Pinto, Joana Neves, João Lopes, Leonardo Barbosa, Manuel Martins, Miguel Pimenta, Miguel Ribeiro, Sofia Almeida, Soraia Rodrigues, Tomás Ribau

Última atualização: 2016/12/03

Palavras-chave: Stress, ansiedade, Burnout, Coping Behavior



Resumo


Nas sociedades modernas atuais, o quotidiano das populações assume um ritmo muito atarefado, com inúmeras preocupações, tarefas e adversidades: vivemos num stress constante. Esta situação diminui a saúde e a qualidade de vida das populações.
Os estudantes do ensino pré-universitário são particularmente sensíveis a este problema, uma vez que, para além das mudanças típicas da adolescência, são confrontados com vários fatores de stress, nomeadamente no que respeita às questões relacionadas com a futura entrada para o ensino superior.
Deste modo, é muito importante capacitar os estudantes para as várias vertentes do stress, sensibilizando-os para as causas e sintomas deste processo fisiológico complexo. São igualmente apresentadas estratégias de gestão e combate ao stress, que promovem uma convivência mais saudável com esta realidade.


O que é o stress


O stress é a resposta de adaptação às adversidades, com o intuito de repor o equilíbrio do organismo. Abrange a ativação de vários mecanismos, com intervenção dos sistemas nervoso, imunitário e hormonal.
Todo o processo tem como objetivo garantir a sobrevivência perante a perceção de perigo.
Esta resposta é específica para cada um de nós, provocando um desgaste físico e psicológico de intensidade variável.

Tipos de stress


  • Eustress (stress positivo)
Forma não patológica do stress (não doença), que potencia a função física e mental de um indivíduo, estimulando-o a enfrentar os diversos desafios. Por exemplo, uma quantidade moderada de stress ajuda-nos a trabalhar sob pressão, motivando-nos a fazer o nosso melhor.
  • Distress (stress negativo)
Forma patológica do stress (doença), em que este assume um caráter crónico, devido à incapacidade de adaptação às circunstâncias adversas. Por este motivo trata-se de uma condição que em nada beneficia o indivíduo.
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  • Síndrome de burnout
Esgotamento físico e mental, caraterizado pelo desânimo, ansiedade e frustração, que decorre de níveis crónicos de stress. Normalmente evolui para um estado depressivo, associando-se frequentemente ao ritmo de vida intenso das sociedades modernas.

Causas do stress


A influência negativa do stress é transversal a toda a sociedade. Os estudantes do ensino pré-universitário são particularmente suscetíveis a este fenómeno:

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  • Transformações próprias da adolescência;
  • Problemas de autoestima;
  • Exames Nacionais;
  • Acesso ao Ensino Superior;
  • Questões financeiras;
  • Gestão de tempo;
  • Possível mudança de cidade;
  • Possível separação da família e amigos;
  • Expetativas da família e amigos;
  • Apoio familiar.



Sintomas do stress


O stress pode prejudicar os estudantes na sua vivência académica, social e pessoal. Conhecer os principais sintomas do stress pode ajudar os estudantes, os seus familiares e amigos a identificar o problema para melhor o combater:

Sintomas gerais do stress:
  • Mãos transpiradas e frias;
  • Aumento da frequência cardíaca e palpitações;
  • Cansaço geral;
  • Má disposição;
  • Ida mais frequente à casa de banho.
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Sintomas mais preocupantes (curto prazo):
  • Desconcentração;
  • Ansiedade e frustração;
  • Aumento da agressividade;
  • Dificuldade em tomar decisões;
  • Dificuldade em relaxar e divertir-se.


Sintomas mais preocupantes (longo prazo):
  • Insónias;
  • Queda de cabelo;
  • Alterações de humor constantes;
  • Dependência de substâncias (drogas, álcool, tabaco, etc.);
  • Ataques de pânico.



Estratégias de combate ao stress


Perante os problemas do stress, os estudantes podem utilizar algumas estratégias para o combater, minimizar e resolver. O conjunto de processos mentais e comportamentais de gestão do stress, que permitem a convivência saudável com este fenómeno, chama-se coping:

Estratégias Focadas na Emoção: Pretendem desenvolver uma resposta emocional adequada ao stress.

Reinterpretação do evento stressante

Ex.: Encarar a situação como algo que contribui para o nosso crescimento pessoal!

Expressão das emoções

Ex.: Falar com a família e amigos sobre os nossos problemas, partilhando as nossas emoções

Apoio social

Ex.: Passar tempo com a família e amigos

Técnicas de relaxamento

Ex.: Praticar atividades lúdicas (como o yoga ou outras) que promovam o bem-estar físico, psicológico e espiritual

Desenvolvimento da autoestima

Ex.: Focarmo-nos nas nossas virtudes e qualidades, valorizando o que já alcançámos

Nutrição adequada, exercício físico e sono

Ex.: Fazer refeições regulares, equilibradas e variadas; evitar o sedentarismo; ter um horário bem definido, que nos permita dormir pelo menos 8 horas por dia

Adotar um ritmo diário com pausas regulares do estudo

Ex.: Por cada hora de estudo, descansar 15 minutos

Manter objetivos realistas

Ex.: Compreender que cada indivíduo tem o seu ritmo de aprendizagem e as suas capacidades


Estratégias Focadas no Problema: Pretendem reduzir/eliminar as fontes de stress.

Antecipar o problema.

Ex.: Estar psicologicamente preparado para a pressão dos exames.

Resolução ativa do problema.

Ex.: Se há dificuldades numa determinada matéria, é necessário trabalhar para as superar.

Pesquisa de informação.

Ex.: Estar informado acerca da estrutura dos exames, para não ser confrontado com situações imprevistas.

Avaliação dos prós e contras.

Ex.: “Convidaram-me para uma festa, mas tenho um teste amanhã. Devo ir?”

Organização de um plano de estudo.

Ex.: Elaborar um calendário de exames, planeando antecipadamente o estudo.

Evitar adiar o estudo ou outros compromissos.

Ex.: Estudar regularmente e não apenas “na véspera” do teste.

Dividir as tarefas em objetivos concretos.

Ex.: Escolher uma única disciplina para estudar durante a tarde, em vez de tentar estudar tudo ao mesmo tempo.



Conclusão


No ensino pré-universitário, o stress pode atingir níveis prejudiciais, comprometendo a vida académica e pessoal dos estudantes. É fundamental conhecer as causas e sintomas deste problema, para o combater eficazmente.

Referências recomendadas



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