A dieta no ácido úrico

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Autor: Ana Rita Luz, Rute Ferreira

Última atualização: 2016/03/07

Palavras-chave: Hiperuricemia, Gota, Dieta, Prevenção primária, Prevenção secundária



Resumo


O aumento do ácido úrico (hiperuricemia) sempre foi associado a excessos na alimentação e no consumo de álcool, no entanto só recentemente se tem percebido melhor quais os reais fatores de risco alimentares. Está associado à gota que é uma inflamação das articulações muito frequente em todo o mundo, com grande sofrimento e incapacidade das pessoas afetadas. Para além disso, está também associado à obesidade e ao aumento do risco cardiovascular.
Os estudos mostram que para prevenir o aparecimento de hiperuricemia, se deve ‘’diminuir’’ o consumo de ‘’bebidas alcoólicas’’, ‘’carnes vermelhas’’, ‘’marisco e outros peixes’’, e de alimentos com ‘’alto teor de açúcares’’. Por outro lado, deve ser ‘’incentivado’’ o consumo de ‘’produtos lácteos magros’’, não havendo necessidade de restringir a ingestão de ‘’verduras e legumes’’.




A dieta no ácido úrico


Recomedações alimentares na hiperuricemia

Um nível elevado de ácido úrico no sangue pode levar ao desenvolvimento de ‘’gota’’, uma doença caracterizada por uma inflamação crónica das articulações conduzindo frequentemente a dor, sobretudo nas articulações dos pés, com impacto significativo na qualidade de vida dos doentes, bem como na sua produtividade. O número de casos tem vindo a aumentar substancialmente nos últimos anos, possivelmente pelas mudanças na alimentação e nos estilos de vida e pelo aumento da obesidade. Além disso, a hiperuricemia tem sido associada ao desenvolvimento de pedra nos rins (litíase renal), doença renal crónica, e doenças cardiovasculares, como a hipertensão arterial e a diabetes.
É muito importante prevenir e controlar o aparecimento de hiperuricemia.

Tenho o ácido úrico alto: o que posso comer?


O consumo excessivo de carne, peixe e marisco está associado a níveis mais elevados de ácido úrico e um maior risco de gota. As carnes que apresentam maior risco são as de vaca, porco e cordeiro, sendo que os peixes mais implicados são os mais oleosos, como as sardinhas, o salmão, a truta e o atum.
As bebidas alcoólicas também têm sido amplamente associadas ao desenvolvimento da gota, já que um grande número de indivíduos com hábitos alcoólicos marcados (particularmente cerveja) apresenta níveis elevados de ácido úrico. O consumo crónico de álcool está associado ao aparecimento de gota e a um número maior de crises gotosas. A ingestão aguda de bebidas alcoólicas também aumenta as crises gotosas nas pessoas com hiperuricemia.
Também o consumo de refrigerantes e sumos de fruta açucarados contribui para esta doença, bem como as doçarias, como o chocolate, as gomas, os bolos e as geleias, entre outros.
O consumo de lacticínios, especialmente produtos magros, uma ou mais vezes ao dia, parece diminuir os níveis de ácido úrico.
Alimentos como o feijão, lentilhas ou outras leguminosas, e os legumes em geral diminuem também a hiperuricemia, apesar de muitas vezes se ouvir dizer o contrário.
A maioria das frutas não altera os níveis de ácido úrico no sangue, como a melancia, a tangerina, a laranja, a maçã, o ananás, os morangos, entre outras. Mas algumas frutas mais doces (como os figos, as bananas, as uvas, os pêssegos) podem causar hiperuricemia. A ingestão de cerejas ou dos seus extratos foi associada a uma diminuição do risco de gota.

Conclusão


O aumento dos níveis do ácido úrico provoca a gota e associa-se a diversas doenças como a hipertensão arterial, Diabetes Mellitus, litíase renal, insuficiência renal e doenças cardiovasculares. A prevenção é a estratégia mais eficaz.
Uma alimentação saudável é fundamental, incentivando o consumo de cereais integrais, vegetais, frutas, frutos secos, leguminosas e lacticínios magros, acompanhando a prática regular de atividade física.
O peixe e as carnes brancas poderão estar presentes mas esporadicamente, e são de evitar os lacticínios gordos, os ovos, a carne vermelha, os doces e as bebidas alcoólicas.
Se os cuidados alimentares não forem suficientes e os níveis de ácido úrico permanecerem elevados, o seu médico assistente poderá aconselhar uma medicação adequada para diminuir a hiperuricemia, que, no entanto, não dispensa uma alimentação equilibrada e a prática regular de atividade física.


Referências recomendadas





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