Infeção por Papilomavírus Humano

Autor: Paulo Santos

Última atualização: 2020/12/31

Palavras-chave: Papilomavírus humano



Resumo


A infeção por papilomavírus humano (HPV) é a doença de transmissão sexual vírica mais comum, sobretudo nos adolescentes. É a principal causa de cancro do colo do útero.
A vacinação é eficaz mas não substitui outras medidas de prevenção como o atraso do início da atividade sexual, a diminuição do número de parceiros sexuais e a utilização do preservativo.
A vacinação é recomendada aos 10 anos de idade para ambos os sexos.
As mulheres vacinadas devem manter o programa de rastreio do cancro do colo do útero.




O que é o Papilomavírus Humano


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O Papilomavírus humano (HPV) é um vírus com mais de 200 estirpes diferentes, associado a diversas doenças como as verrugas da pele, as verrugas genitais, a papilomatose do recém-nascido, e diversos cancros de onde se destacam o cancro de pele, o cancro do colo do útero e o cancro do canal anal.
As estirpes mais frequentemente implicadas na doença oncológica são os tipos 16, 18, 31, 33, 35 e 39.

A infeção por HPV é a doença vírica de transmissão sexual mais frequente nos adolescentes podendo atingir até 33% das pessoas. A presença de verrugas na região genital é muito característica, mas na maioria das vezes não apresenta qualquer sintoma associado.


Fatores de Risco


Risco de contrair a infeção por HPV

  • Número de parceiros sexuais
o risco aumenta com o maior número de parceiros sexuais, ou com um parceiro que tenha múltiplos contactos
  • Idade inferior a 25 anos
as verrugas comuns são mais comuns nas crianças; as verrugas plantares podem aparecer nos adultos mas iniciam-se na adolescência; as verrugas genitais são mais comuns em adolescentes ou adultos jovens
  • Início da vida sexual ativa antes dos 16 anos


  • Estado imunitário deficiente
como em pessoas com SIDA ou a fazer algumas medicações para o cancro
  • Presença de feridas na pele
se houver feridas abertas na pele a possibilidade de contágio com o vírus aumenta
  • Contacto pessoal
o contacto pessoal com uma pessoa infetada pode transmitir o vírus – pele com pele – o mesmo podendo acontecer se contactar com uma superfície previamente exposta, como piscinas ou casa de banho públicas


A circuncisão nos homens pode ser um fator de proteção contra a transmissão do HPV.


Fatores de Prevenção


A vacinação é uma medida eficaz na prevenção da infeção por HPV. No entanto há que lembrar que apenas cobre as estirpes 6, 11, 16, 18, 31, 33, 45, 52 e 58, as mais comuns entre as causadoras de cancro e de verrugas genitais.
A sua eficácia é superior no sexo feminino antes do início da atividade sexual, pelo que é recomendada em muitos programas de vacinação, como em Portugal, para ser administrada às adolescentes, aos 10 anos de idade. À medida que a idade avança a vacina é menos eficaz, sendo de ponderar em cada caso se o benefício é superior aos riscos associados.
A vacinação também também é eficaz no sexo masculino. Apesar de alguma controvérsia quanto à sua indicação, alguns países, incluindo Portugal, introduziram a vacina no Programa Nacional de Vacinação, na mesma idade do sexo feminino.


A prevenção da transmissão do HPV passa também por abordar a questão dos estilos de vida e comportamentos. A infeção é mais comum nos adolescentes e no início da sua atividade sexual. Atrasar o início da atividade sexual, diminuir o número de parceiros sexuais e utilizar corretamente os métodos de barreira (como o preservativo) são medidas que demonstraram eficácia prática e que cada um deve ter em consideração nas suas opções.


Complicações


Se contraiu a infeção o seu médico irá orientar para um centro de tratamento onde lhe poderão fazer uma pequena intervenção (com cirurgia, laser, crioterapia ou agentes químicos). Não há atualmente nenhum medicamento que elimine o vírus.


A maior preocupação da infeção por HPV é o seu papel central no aparecimento de cancro do colo do útero, uma doença potencialmente curável se detetada precocemente.


A maior transmissão do HPV ocorre na adolescência durante as primeiras relações sexuais. Poderá haver uma cura espontânea, mas em muitos casos o vírus vai-se manter ativo com indução de alterações celulares que podem levar em 10 a 20 anos ao aparecimento de um tumor com malignidade.


A vacinação não confere proteção contra todas as estirpes implicadas no cancro, pelo que mesmo as mulheres vacinadas deverão continuar o rastreio ativo para o cancro do colo uterino.


Conclusão


A infeção por HPV é muito comum nos adolescentes e pode provocar cancro. A prevenção passa pela vacinação e por alterar comportamentos, se for o caso disso:

  • Utilizar sempre o preservativo
  • Diminuir o número de parceiros sexuais
  • Iniciar a vida sexual ativa mais tarde na vida


E não se esqueça de avisar as amigas e os amigos!


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